Agro 4.0: transformação digital para um mercado mais produtivo e sustentável

Para além da produção automatizada, tecnologias como IoT, Big Data e Inteligência Artificial podem potencializar a produção e atender às exigências de sustentabilidade.

Você se lembra da vida antes dos celulares ou da conexão com a internet? Lembra-se dos grandes computadores de tela tubo ou, mais antigo ainda, das máquinas de datilografia?

Fazer o exercício rápido de lembrar da vida pouco mais de 20 anos atrás nos faz perceber o quanto a transformação digital mudou a rotina e o trabalho de todos os setores em um curto espaço de tempo. Práticas que seriam impensáveis há menos de duas décadas – como teletrabalho, armazenamento de dados em nuvem e gerenciamento remoto de operações, por exemplo – se tornam parte fundamental da forma como entregamos resultados.

No setor industrial, a incorporação do digital à produção é conceito do termo “Indústria 4.0”, que faz referência a 4ª revolução industrial, caracterizada pela integração e controle de produção a partir de equipamentos e sensores conectados em rede e com o uso da inteligência artificial para ganhar eficiência e produtividade.

Embora outros setores – como o de eletrônicos e automobilístico – estejam mais adiantados no processo de transformação digital, o agronegócio não ficou de fora. Setor responsável por mais de 20% do PIB brasileiro e de 40% das exportações, a tecnologia oferece ao agro ferramentas para ser mais produtivo e sustentável, resolvendo dores de cunho climático, social e econômico.

Indústria 4.0

As “fábricas inteligentes” possibilitam que as máquinas e insumos “troquem informações” ao longo da produção de forma relativamente autônoma e integrada, revolucionando a forma como a indústria produz e distribui seus produtos. Entre os ganhos – que vão além da produtividade no chão da fábrica – estão flexibilidade nas linhas de produção, aumento da eficiência no uso de recursos (como energia e água), prazos menores, manutenção preditiva e mais assertividade na tomada de decisões orientadas por dados.

O termo foi usado pela primeira vez em 2011, durante a feira de tecnologia em Hannover, na Alemanha, e descreve uma visão mais futurista do setor, envolvendo descentralização do controle de processos e uso de dispositivos inteligentes interconectados em toda a cadeia produtiva logística das indústrias.

O processo é impulsionado por algumas ferramentas, como:

  1. Computação em cloud: Auxilia na integração entre todos os setores da indústria e faz o armazenamento e análise dos dados produzidos pelos sensores que compõem a fábrica inteligente.
  2. Internet das Coisas (IoT): Máquinas e demais equipamentos da produção podem ser equipados com sensores que conversam entre si através de uma rede ou aplicações, possibilitando uma troca de dados.
  3. IA e Machine Learning: Com a quantidade de dados coletados é possível que a máquina “aprenda sozinha” a interpretar eventos, analisar comportamentos do sistema, perceber tendências e automatizar decisões e ações.
  4. Big Data: ferramentas capazes de coletar, tratar e analisar dados para munir as empresas de informações para tomada de decisões e insights.

Alguns setores, como o de equipamentos de informática e eletrônicos, estão avançados nestes processos, com produções robotizadas e tecnologias até mais avançadas – como o deep learning. Outras, como de alimentos, bebidas, madeira e papel e celulose, estavam ainda no nível baixo de intensidade tecnológica, segundo uma pesquisa da CNI em 2016.

O levantamento apontou que entre as empresas dos setores de alta tecnologia, 47% usavam tecnologias digitais naquele ano, percentual que cai para 36% entre as empresas com baixa tecnologia.

Centro das atenções, a transformação digital tem atraído investimentos e promete elevados resultados. A implementação de tecnologias ligadas a IoT deverá impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$39 bilhões até 2035 (Accenture). Já uma pesquisa da McKinsey estima que, até 2025, processos relacionados à indústria 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, o consumo de energia em até 20% e aumentar a eficiência do trabalho em até 25%.

As principais dificuldades que as empresas ainda enfrentam na implantação de tecnologias nas indústrias são o alto custo de implantação, a falta de clareza na definição do retorno sobre o investimento, dificuldade para integrar novas tecnologias e softwares já utilizados, infraestrutura de TI inapropriada e risco para segurança da informação. Há, ainda, a dificuldade de encontrar trabalhadores qualificados para atuar no processo.

Agricultura e agroindústria 4.0

Com a tarefa de auxiliar na produção de alimentos para mais de 9 bilhões de pessoas até 2050 (estimativa da FAO), o Brasil é um dos protagonistas no cenário mundial de produção de alimentos e, consciente da responsabilidade imposta pela agenda ESG também tem apostado na tecnologia para alcançar maior produtividade e mais sustentabilidade.

Para além de apostar na automação da produção, com irrigadores automatizados por exemplo, tecnologias que possibilitem a coleta de dados climáticos, pluviométricos, de qualidade do solo e média de produtividade em cada plantio, por exemplo, podem identificar pontos de melhoria para otimizar resultados e ter mais assertividade nas decisões de quem planta, colhe, processa e distribui.

É por meio da tecnologia, ainda, que produtores rurais e agroindústrias conseguem reduzir desperdícios de recursos naturais como água e energia e prestar um melhor cuidado com o solo para reduzir perdas produtivas. Neste ponto, uma das modalidades adotadas é a chamada “agricultura de precisão”, que possibilita ao produtor ter um controle maior da área cultivada utilizando GPS para saber onde e quando aplicar insumos agrícolas, por exemplo.

Há também rações e probióticos que fortalecem os organismos dos animais; robôs agrícolas que evitam desperdícios; mapeamento da colheita; uso de drones para mapear pragas e pontos de melhoria na produção e práticas que usam IoT, machine learning e Big Data, como sensores que mensuram a umidade e temperatura do solo.

Como implementar mais tecnologia na agroindústria

CEO e uma das fundadoras da AI Robots, Luma Boaventura relata que o setor agro ainda está se robotizando e é um mercado de muito potencial. A AI Robots, startup investida da Timenow, desenvolve robôs específicos para tarefas industriais e possui sistemas plug&play que coletam dados diretamente da operação para otimizar e predizer necessidades de manutenção.

Vejo muitas oportunidades para usar IoT, visão computacional, coleta de dados, visão preventiva de ativos, isso junto com a robotização de processos, seja em áreas florestais, seja em produção de sementes, alimentos e bebidas ou em laboratórios. Esse processo (transformação digital) já se tornou completamente necessário tendo em vista que a mão-de-obra repetitiva está ficando cada vez mais escassa e não vai suprir o que o setor precisa produzir, pontua.

Luma explica que cada empresa está em um grau diferente de maturidade e é preciso analisar as etapas para entender qual a tecnologia necessária em cada processo.

Normalmente realizamos reunião remota ou visita presencial prévia de assessment para aprofundar nas premissas e desafios que existam para a automação de processos, engajando as áreas de negócios para desenhar em conjunto as soluções que melhor atendam às demandas, desde a coleta de dados até a análise das informações, robotização de processos ou monitoramento de robôs já instalados, assinala.

No caso da indústria de grãos, por exemplo, processos de separação de grãos para produtos especiais, como cacau, soja e café, podem ser otimizados com aplicação de robôs e deep learning, através de visão computacional, deixando para os humanos tarefas mais assertivas e de gerenciamento.

As pessoas vão se profissionalizar para fazer tarefas mais orientadas a dados, mais intelectuais. Podemos ensinar as que trabalham na colheita manual a trabalhar com novas tecnologias, engajar as pessoas para essa transformação digital. As pessoas vão ganhar mais e a produção será otimizada, defende.

Gerenciamento remoto de projetos

Mas o uso da tecnologia não se restringe à digitalização e automação da produção. Outra característica marcante do setor da agroindústria são as plantas industriais espalhadas pelo Brasil e até no exterior. Muitas vezes o decisor atua em uma unidade e precisa acompanhar projetos de expansão e melhorias da produção em uma planta que está em outro estado ou país.

Com a transformação digital, no entanto, se torna cada vez mais possível o gerenciamento remoto das obras. A tecnologia, oferecida pela Construct IN, startup investida da Timenow, permite que o decisor acompanhe e fiscalize a execução de obras a qualquer hora e lugar por meio de imagens capturadas por câmeras 360º.

Assim, as informações ficam mais visuais e fáceis de serem compartilhadas entre todos os envolvidos, centralizando a comunicação e tornando o processo mais transparente e produtivo.

Timenow oferece solução para gestão de ativos

A Timenow atua há 25 anos no mercado de gestão de projetos industriais, e tem apostado na inovação e tecnologia para ampliar seu portfólio de serviços e entregar mais valor para os clientes.

Com equipes em plantas industriais de todo Brasil, conhecemos o dia a dia das indústrias e sabemos que um bom plano de manutenção preventiva é a melhor forma de evitar paradas na produção e reduzir gastos na gestão dos ativos. Os processos envolvem compras, armazenamento, treinamento de colaboradores, cronograma de manutenção e controle de consumos, atividades que quando não são executadas da melhor forma podem atrapalhar toda a produção da empresa gerando prejuízos.

Pensando nisso a Timenow desenvolveu o AssetIn, uma solução completa para gestão de ativos industriais, trabalho executado em três fases:

Diagnóstico: Compreender a rotina da equipe de manutenção e identificar oportunidades de melhoria na gestão, propondo ações para eliminar e mitigar impactos durante o evento.

Metodologia: Construção de uma metodologia e estratégias customizadas à realidade da empresa, seguindo diretrizes organizacionais.

Gestão: Implementação de toda a gestão de ativos centrada no negócio.

Entregue a gestão de ativos da sua empresa nas mãos de quem aposta na experiência e na tecnologia para entregar resultados!

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Fontes:

https://www.ibm.com/br-pt/topics/industry-4-0
https://blog.aloo.com.br/agroindustria-4-0/
https://www.ibm.com/blogs/client-voices/ai-visual-insights-drive-manufacturing-efficiency/
https://www.supero.com.br/blog/saiba-quais-os-beneficios-da-aplicacao-da-industria-4-0-na-agroindustria/
https://blog.aevo.com.br/tendencias-em-inovacao-digital-nas-industrias/

https://distrito.me/industria-4-0/
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/
https://blog.climatefieldview.com.br/digitalizacao-agricultura-sustentavel
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