Engenharia do Proprietário nas fases FEL: Como garantir escopo, CAPEX e desempenho desde o início

Até 70% dos desvios de escopo, custo e prazo em projetos industriais têm origem na definição inicial. Essa constatação, comprovada por estudos do CII (Construction Industry Institute), reforça a importância da fase FEL (Front-End Loading) na estruturação de projetos complexos e de capital intensivo.

O FEL organiza a maturação do projeto em três fases: FEL 1 (viabilidade e premissas), FEL 2 (análise de alternativas) e FEL 3 (projeto básico e baseline). Cada etapa exige decisões técnicas críticas, que influenciam diretamente o CAPEX, o OPEX e o desempenho futuro do ativo.

Projetos com escopo mal definido ao final do FEL apresentam maiores riscos de pleitos contratuais, retrabalho e baixa performance operacional.

Empresas com Engenharia do Proprietário ativa desde o FEL 1 demonstram, em benchmark recente, ganhos como:

  • Redução de até 10% no CAPEX
  • Diminuição de 7% no prazo total de execução
  • 5% menos mudanças de escopo durante a execução
  • Aumento na taxa de sucesso no gate FEL 3, com escore médio PDRI acima de 75%

O que muda com a presença técnica do contratante desde o FEL 1

Ao atuar desde o início do projeto, a Engenharia do Proprietário transforma a governança técnica do contratante. A EP deixa de ser um suporte à execução e passa a exercer um papel ativo na definição de premissas, na validação de escopo e na escolha das alternativas técnicas.

Essa atuação permite:

  • Estabelecer critérios técnicos auditáveis para os gates do projeto
  • Validar premissas de engenharia com foco em viabilidade e operação
  • Garantir coerência entre escopo, planejamento, suprimentos e contratos
  • Reduzir decisões baseadas em premissas frágeis ou interesses externos
  • Antecipar riscos técnicos, logísticos, ambientais e regulatórios

A EP atua como ponte entre estratégia, engenharia e operação. Sua presença qualificada reduz as incertezas técnicas e protege os objetivos do projeto desde as primeiras decisões estruturantes.

O papel da Engenharia do Proprietário em cada fase FEL

FEL 1 – Definição do problema e das premissas técnicas

A primeira fase do front-end é voltada à viabilidade do projeto. Aqui, a Engenharia do Proprietário atua com foco em:

  • Validação técnica das premissas do investimento
  • Participação ativa na definição de escopo preliminar
  • Alinhamento entre engenharia, operação e planejamento estratégico
  • Identificação de riscos e restrições regulatórias relevantes
  • Apoio na construção do business case técnico com foco no ciclo de vida do ativo

FEL 2 – Escolha da alternativa técnica e concepção do projeto

Nesta etapa, a EP contribui com rigor técnico para definir a melhor alternativa sob os critérios de custo, desempenho, integrabilidade e viabilidade operacional:

  • Análise técnica comparativa entre soluções (rotas, tecnologias, fornecedores)
  • Participação em workshops de VIPs (Value Improving Practices)
  • Compatibilização de disciplinas e definição de interfaces críticas
  • Apoio à elaboração dos pacotes de suprimentos com escopo maduro
  • Aplicação do índice PDRI ≥ 75% como métrica de maturidade técnica

FEL 3 – Projeto básico, estimativa final e readiness para execução

A terceira fase consolida o escopo, o CAPEX e os critérios de performance. A Engenharia do Proprietário exerce funções de auditoria técnica e preparação para o gate decisório:

  • Validação do projeto básico com foco em construtibilidade e operação
  • Análise técnica da estimativa de CAPEX e planejamento físico-financeiro
  • Aplicação de constructability review, risk review e value engineering
  • Integração com ferramentas digitais (BIM, SAP PLM, CDE)
  • Avaliação final com índice FEED MATRS ≥ 80/100, segundo CII RT-331

Ferramentas e frameworks que potencializam a atuação da EP

A Engenharia do Proprietário utiliza uma combinação de metodologias e tecnologias que fortalecem sua atuação estratégica nas fases FEL:

  • FEL + Stage-Gate: estrutura o avanço por critérios técnicos, com gates bem definidos e entregáveis auditáveis
  • AWP (Advanced Work Packaging): inicia a organização de pacotes de trabalho ainda no FEL 2
  • VIPs (Value Improving Practices): aplicadas para maximizar valor e minimizar riscos
  • BIM e SAP PLM: integram escopo, orçamento, contratos e engenharia com rastreabilidade digital
  • CDE e workflows digitais: controlam entregáveis, revisões e aprovação técnica em tempo real
  • Power BI e dashboards técnicos: monitoram indicadores de avanço e riscos por disciplina

A atuação técnica é apoiada por sistemas que garantem governança, padronização e rastreabilidade — exigências críticas em ambientes regulados e projetos com múltiplos stakeholders.

Resultados comprovados com a atuação da EP no FEL

Projetos industriais com Engenharia do Proprietário estruturada desde o FEL apresentam resultados comprovados:

  • Melhor desempenho no gate FEL 3
  • Redução de eventos críticos na execução
  • Melhor precisão do CAPEX e do baseline
  • Redução do índice de pleitos e retrabalhos
  • Aumento do sucesso no comissionamento

Como sua empresa deve estruturar essa função desde o início

Abaixo, pontos estratégicos para garantir uma atuação eficaz da Engenharia do Proprietário nas fases FEL:

  • Atue desde o FEL 1: não espere a definição do escopo para estruturar a EP
  • Defina critérios técnicos claros para os gates: use PDRI, FEED MATRS, análise de riscos
  • Integre engenharia, suprimentos e operação desde o início
  • Use tecnologia para rastrear decisões, entregáveis e premissas
  • Garanta que a EP tenha autoridade técnica e acesso direto às diretorias envolvidas

Ao adotar uma Engenharia do Proprietário ativa, técnica e estruturada desde o FEL 1, sua empresa reduz incertezas, toma melhores decisões e aumenta o retorno sobre o capital investido. Projetos passam a ter mais previsibilidade, controle técnico e alinhamento com os objetivos estratégicos do negócio.

FEL como base da excelência em projetos Timenow

Ao longo de sua trajetória, a Timenow consolidou a aplicação da metodologia FEL (Front-End Loading) como um dos pilares estratégicos em sua atuação em projetos de engenharia. Com base na experiência acumulada em setores como mineração, papel e celulose, química e energia, a empresa adota as etapas FEL 1, FEL 2 e FEL 3 para garantir maior previsibilidade, assertividade técnica e embasamento na tomada de decisões.

A prática de maturar tecnicamente os projetos desde a fase de viabilidade até a engenharia básica tem permitido à Timenow reduzir riscos, otimizar recursos e entregar soluções com alto grau de aderência aos objetivos dos clientes.

A aplicação da metodologia se destaca em grandes programas como o PowerShift da Vale, voltado à descarbonização, onde a Timenow gerenciou dezenas de projetos em diferentes fases do FEL.

Casos como esse reforçam a capacidade da empresa em atuar desde os estudos iniciais até o planejamento integrado de implantação, assegurando que cada fase seja concluída com o nível de maturidade esperado.

Essa abordagem estruturada, somada ao domínio técnico e à atuação colaborativa com os clientes, consolida a Timenow como uma parceira confiável na transformação de ideias em empreendimentos viáveis, sustentáveis e bem executados.