Nos últimos anos, o Brasil tem registrado volumes históricos de investimentos industriais, impulsionados por programas de infraestrutura, transição energética e modernização fabril. Só em 2024, foram mais de R$ 259 bilhões investidos em grandes projetos de capital. Apesar desse movimento promissor, um problema estrutural persiste de forma silenciosa: a baixa maturidade em Gestão de Portfólio de Projetos (GPP).
Com índice médio nacional de apenas 2,94 pontos numa escala de 5 níveis, a maioria das organizações ainda toma decisões de investimento sem critérios claros de priorização, baseando-se em urgências operacionais, pressões políticas internas ou percepções individuais. O resultado? Desvios de prazo, sobrecarga de recursos, projetos com baixo retorno sendo aprovados — e, principalmente, milhões desperdiçados ano após ano.
A ausência de uma priorização estratégica estruturada não apenas reduz a eficiência operacional. Ela corrói a capacidade da organização de transformar investimentos em valor real e sustentável. A seguir, exploramos os impactos dessa falha crítica e como empresas líderes têm revertido esse cenário por meio de GPP robusto, com método, dados e governança.
O Que Está em Jogo: Impactos Diretos e Ocultos da Má Priorização
A falta de critérios objetivos para priorizar projetos impacta diretamente os pilares fundamentais de qualquer operação industrial: prazo, custo e valor entregue.
Quando decisões são tomadas com base em pressões internas, conveniência política ou percepção isolada de urgência, o resultado é a alocação ineficiente de recursos — humanos, financeiros e operacionais.
Dados globais de gerenciamento de projetos indicam que menos de 50% dos projetos industriais são concluídos dentro do prazo e do orçamento planejado. Parte significativa desse insucesso se deve à seleção inadequada de projetos, muitas vezes iniciados sem a devida análise de viabilidade, interdependências técnicas ou retorno esperado.
Além dos custos diretos — como estouros de CAPEX, reprogramações e multas contratuais —, existem perdas ocultas que comprometem a saúde do portfólio como um todo. Projetos com baixa relevância estratégica consomem atenção de áreas críticas, reduzem a capacidade de resposta da organização e ocupam slots de execução que poderiam estar direcionados a iniciativas de maior impacto.
A ausência de uma visão integrada do portfólio também dificulta a gestão de riscos em cadeia, prejudica a previsibilidade financeira e compromete o desempenho global da organização frente aos seus stakeholders.
Mais do que um problema de eficiência, a má priorização representa uma ameaça direta à competitividade industrial. E quanto maior a complexidade da operação, mais alto é o custo dessa desordem.
Onde as Indústrias Brasileiras Mais Sofrem
Os efeitos da má priorização estratégica não se manifestam da mesma forma em todos os setores. Cada segmento industrial enfrenta desafios específicos de governança, interdependência técnica e pressão por resultados. Com base em estudos setoriais e em casos práticos da Timenow, é possível identificar os pontos mais críticos:
Alimentos e Bebidas: expansão sem coordenação
Neste setor, a exigência constante por inovação e ampliação de capacidade fabril esbarra em estruturas de decisão pouco integradas. Projetos são muitas vezes aprovados com foco exclusivo na planta local, sem considerar impactos logísticos, sinergias com outras unidades ou alinhamento com a estratégia corporativa. O resultado é uma fragmentação de esforços e aumento dos custos operacionais.
Energia: pressões regulatórias e múltiplas tecnologias
Empresas do setor elétrico lidam com longos ciclos de investimento e múltiplas fontes energéticas em paralelo. A ausência de um portfólio estruturado dificulta a coordenação entre projetos de geração, transmissão e distribuição, além de aumentar o risco de conflitos em processos de licenciamento e gestão de stakeholders. A priorização equivocada pode travar investimentos de longo prazo com maior retorno.
Siderurgia e Metalurgia: competição por recursos críticos
A simultaneidade de projetos — manutenção, expansão, modernização — é típica desse cluster. Quando não há critérios claros para definir o que entra e o que aguarda, equipes técnicas, fornecedores e CAPEX são distribuídos de forma desbalanceada, comprometendo a eficiência de toda a cadeia produtiva. Sem governança robusta, decisões reativas tomam o lugar do planejamento estruturado.
Mineração: visão de longo prazo prejudicada
Em um setor onde projetos ultrapassam duas décadas de ciclo de vida, a revisão contínua do portfólio é indispensável. No entanto, muitas empresas ainda operam com baixa integração entre áreas técnicas, jurídicas, ambientais e de relacionamento institucional. Isso gera atrasos acumulados e perda de oportunidades em fases críticas como licenciamento, implantação e expansão.
O Papel da Gestão de Portfólio de Projetos (GPP) na Virada de Jogo
A disciplina de GPP não trata apenas de organizar projetos. Ela representa uma mudança de mentalidade: da execução fragmentada para a tomada de decisão estratégica baseada em valor, risco e alinhamento com os objetivos corporativos.
Quando bem implementada, a Gestão de Portfólio de Projetos oferece mecanismos claros de priorização, com critérios objetivos como ROI estimado, impacto operacional, contribuição ESG, sinergias entre projetos e capacidade instalada. Em vez de depender de percepções individuais, decisões passam a ser fundamentadas em dados e em cenários simulados de desempenho.
Outro diferencial crítico da GPP é a visibilidade integrada. Um portfólio bem governado permite que a organização tenha controle em tempo real sobre a saúde dos projetos, os recursos disponíveis, os riscos acumulados e os desvios de orçamento. Isso facilita ajustes táticos e evita a perpetuação de iniciativas com baixa geração de valor.
A GPP também viabiliza a orquestração de múltiplos projetos simultâneos, sem perder a visão do todo. Ao centralizar informações e conectar áreas técnicas, financeiras e estratégicas, ela atua como um eixo de integração entre estratégia e execução — algo especialmente vital em setores com alta complexidade técnica e CAPEX intensivo.
Em última instância, a GPP transforma a priorização de uma escolha reativa em um processo estruturado de geração de valor. E isso se reflete diretamente na performance financeira, operacional e reputacional da empresa.
Casos Reais de Priorização Estratégica
Ao longo de sua trajetória, a Timenow tem apoiado grandes grupos industriais na estruturação de seus portfólios de projetos com foco em governança, previsibilidade e geração de valor. Em diversos contextos, a implantação de uma abordagem estruturada de GPP foi decisiva para reverter cenários de baixa performance e ampliar os resultados dos investimentos.
Caso 1: Complexo Alimentício Multiplantas
Um dos maiores conglomerados do setor de alimentos no país enfrentava desafios para coordenar projetos simultâneos em unidades fabris distintas. A ausência de uma estrutura centralizada gerava sobreposição de investimentos, conflitos de agenda e desperdício de recursos.
Com o apoio da Timenow, a empresa adotou um modelo de GPP baseado em critérios objetivos de priorização, visibilidade integrada do portfólio e governança técnica. O resultado foi a elevação da taxa de sucesso dos projetos e a otimização da alocação de capital, com ganhos relevantes em segurança, padronização e eficiência operacional.
Caso 2: Operador de Energia com Portfólio Diversificado
Em um grupo do setor energético com ativos espalhados por diferentes estados e fontes de geração, a principal dor estava na fragmentação da tomada de decisão. Projetos competiam por recursos sem visibilidade cruzada, e a gestão de riscos era feita de forma reativa.
A implantação de uma estrutura de portfólio conectada às diretrizes estratégicas da empresa permitiu o balanceamento das iniciativas, o monitoramento de riscos em tempo real e a aceleração dos ciclos de aprovação e licenciamento. A priorização deixou de ser um problema — e passou a ser um diferencial competitivo.
Caso 3: Indústria de Base em Expansão e Manutenção
Um grupo industrial com grande base instalada no setor metalúrgico enfrentava o desafio de coordenar projetos de expansão, modernização e manutenção sem comprometer a continuidade operacional. A Timenow implementou um modelo de GPP com foco em integração entre disciplinas técnicas, padronização de relatórios e uso de indicadores estratégicos para tomada de decisão.
O novo processo reduziu em mais de 20% o número de reprogramações e aumentou a previsibilidade financeira das iniciativas em curso, fortalecendo a governança do portfólio e liberando capacidade para novos investimentos.
Priorizar é Proteger o Valor do Investimento
A ausência de critérios claros para priorizar projetos compromete diretamente a eficiência dos investimentos e a entrega de resultados. Em setores com alta exigência técnica e grandes volumes de CAPEX, essa falha custa caro — em atrasos, desperdícios e decisões mal orientadas.
Estruturar a priorização com base em dados, governança e alinhamento estratégico não é apenas uma boa prática: é uma exigência para quem quer transformar complexidade em desempenho.
A Gestão de Portfólio de Projetos oferece os meios para isso. E quanto antes esse processo for estruturado, menores serão os desvios e maiores as oportunidades de ganho.
Quer discutir como a sua empresa pode evoluir na priorização de projetos e obter mais valor dos investimentos? Converse com os especialistas da Timenow e descubra como a Gestão de Portfólio de Projetos pode transformar seus resultados de forma estruturada, segura e estratégica.